-
Federação Mundial De Atletismo Exclui Mulheres Trans De Eventos Femininos
-
A regra se aplica a atletas que fizeram a transição após a puberdade
- Por Anderson Santos
- 24/03/2023 03h13 - Atualizado há 1 ano
A World Athletics (Federação Mundial de Atletismo) votou para banir as mulheres transgênero de competições femininas de elite se elas passaram pela puberdade masculina.
A Federação disse ter tomado tal decisão para “proteger o futuro da categoria feminina”.
A medida entra em vigor a partir do dia 31 de março. Assim, atletas transgênero que passaram pela puberdade masculina não poderão competir em eventos válidos pelo ranking mundial feminino.
Vale ressaltar que não há, atualmente, transgêneros em disputas internacionais desta modalidade.
“As decisões são sempre difíceis quando envolvem necessidades e direitos conflitantes entre diferentes grupos, mas continuamos a considerar que devemos manter a justiça para as atletas acima de todas as outras considerações”, disse o presidente da federação, Seb Coe.
No entanto, Coe também enfatizou que criaria um grupo de trabalho que consultaria atletas transgêneros e revisaria qualquer nova pesquisa que surgisse. “Não estamos dizendo não para sempre”, disse ele.
Atletas Transgêneros E Seu Espaço Nos esportes
Atleta transgênero Laurel Hubbard - Foto: Getty images
Os esportes têm lutado cada vez mais com a espinhosa questão da participação de transgêneros nos últimos anos.
Muitos casos ganharam notoriedade, como o da levantadora de peso neozelandesa Laurel Hubbard, que se classificou para as Olimpíadas de Tóquio depois de fazer a transição aos 30 anos.
Desde Tóquio, a maioria dos esportes optou por permitir que mulheres trans competissem se reduzissem sua testosterona para 5 nmol/L por 12 meses.
No entanto, os estudos mostram que as mulheres transexuais mantêm uma vantagem em força, resistência, potência e capacidade pulmonar – mesmo após a supressão da testosterona.
O atletismo se torna o último esporte a banir mulheres transgênero do esporte feminino.
No entanto, a mudança foi bem recebida pelo grupo de campanha Fair Play For Women (Fair Play é uma expressão do inglês que significa modo leal de agir).
“É a coisa certa para mulheres e meninas, de acordo com todas as evidências científicas e bom senso”, afirmou a entidade.
“Agora esperamos ver as federações nacionais seguirem o exemplo dado a elas pelo Atletismo Mundial, para restaurar o caminho do talento para meninas e mulheres jovens e restabelecer o esporte justo para mulheres de todas as idades”.